Pesquisa mostra que mães e mulheres são melhores motoristas
Mariana Callejas - mãe e motorista |
Às vésperas do Dia das Mães, uma pesquisa inglesa comprovou que elas são mais cuidadosas, respeitam mais as leis e causam menos impacto negativo no trânsito. O estudo foi conduzido pela Privilege Insurance, empresa de seguros do Reino Unido, que monitorou 50 motoristas de dentro do carro e mais 200 pelo lado de fora, em um dos cruzamentos mais congestionados de Londres, o Hyde Park Corner.
As motoristas mulheres e mães superaram os homens nas duas avaliações. Testados em 14 aspectos diferentes de condução, as mulheres marcaram 23,6 pontos de um total possível de 30, e os homens totalizaram apenas 19,8 pontos.
Os resultados não são surpresa para quem estuda o trânsito brasileiro. O psicólogo Renan da Cunha Soares Júnior, especialista e mestre em Psicologia do Trânsito, afirma que existe base científica para afirmar que as mulheres são melhores condutoras.
“Todas as pesquisas de dados demonstram que as mulheres têm sempre um comportamento focado em segurança. E os homens causam mais infrações e se envolvem mais em acidentes. Isso já é bastante consolidado para nós, da área”, pontua.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, o número de homens que morrem no trânsito é quase quatro vezes maior do que o de mulheres.
Exemplo de mãe e boa motorista
A bancária Marina Callejas, 35 anos, está acostumada a passar uma considerável parte da sua rotina no trânsito. Moradora do Bairro Rita Vieira em Campo Grande (MS), ela se desloca todos os dias para a região central, onde trabalha. Também utiliza o automóvel para levar e buscar os filhos na escola, casa dos avós, de amigos, e tem outros compromissos diários, como ir ao banco e ao mercado.
“Eu me considero uma boa motorista”, diz. “Acho que eu sou um pouco ruim de noção de espaço, mas compenso de outras formas. Procuro aplicar à risca tudo o que aprendi na autoescola”.
Para Marina, o que a difere de outros condutores é o fato de que ela gosta de dirigir. “Eu sinto que tenho segurança, não tenho medo de fazer as coisas. Eu adoro dirigir, não vejo como uma obrigação. Só tirei minha habilitação aos 26 anos, então, foi como minha libertação”, relata.
Em sua casa, a bancária sempre teve o exemplo da mãe, que dirigia todos os dias – até mais que o seu pai. “Eu cresci acreditando no meu potencial, independentemente de ser mulher”.
Nas ruas, Marina diz que nunca sofreu preconceito ou ouviu xingamentos machistas vindos de motoristas homens. Mas talvez seja porque ela sempre anda com os vidros fechados e música no rádio. “Se eu sofri preconceito, nem percebi. Mas eu nem ligaria”, garante.
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